A timidez na adolescência é normal. Nesse momento, os jovens estão passando por muitas mudanças e descobertas, e essas transformações podem ocasionar um afastamento dos familiares e amigos. Contudo, quando falar com outras pessoas e interagir tornam-se um problema social, é hora de se preocupar.É possível identificar essa característica desde cedo. Bebês podem demorar mais para interagir com o mundo externo e se adaptar a novas situações. Além disso, as crianças também podem apresentar dificuldades em se sentir bem perto de pessoas desconhecidas.A timidez pode estar associada a outros sentimentos, como insegurança, medo e desinteresse. Muitas vezes os pais, que são os principais responsáveis por identificar essas dificuldades e auxiliar o(a) jovem, têm atitudes protecionistas.Veja algumas dicas para evitar esse tipo de erro e ajudar as crianças a serem mais confiantes!
Timidez e a relação com a família
A família tem uma relação direta e uma posição importante na construção do indivíduo. Quanto mais os filhos se sentem reconhecidos e empoderados por seus pais, mais confiantes e abertos estarão para relacionar-se com outras pessoas. O reflexo disso é que a timidez é diminuída e o(a) jovem se sente mais abrigado(a) para comunicar-se sem medo de julgamentos ou sem se achar inferior a outras pessoas.A partir do momento em que essa aprovação não acontece ou quando os pais idealizam outras aspirações para os filhos, desrespeitando suas liberdades individuais e vontades próprias, a tendência é que o(a) adolescente se retraia e tente se adequar às imposições para que seja aceito(a) e amado(a).É muito comum que os pais tenham esse tipo de atitude sem perceber. Muitos falam que os filhos traçarão as mesmas carreiras que eles ou assumirão a empresa da família, mesmo sem nunca ter perguntado diretamente ao(à) filho(a) qual é o seu desejo. Assim, o(a) jovem fica tímido(a) e perde a vontade de se comunicar ou se posicionar nas situações.É importante que a família compreenda que não é porque os filhos pensam e têm ações diferentes do que eles imaginavam ou desejavam que os jovens estão errados ou que os pais falharam na educação.Um ambiente familiar positivo deve se preocupar, primeiramente, com o bem-estar do(a) filho(a) e construir um local de conforto e segurança. Naturalmente, os jovens passarão por problemas em vários âmbitos da vida, e a família deve ser o porto seguro para esse(a) adolescente.
Dicas para ajudar seu(sua) filho(a) a vencer a timidez
Médicos e psicólogos afirmam que a timidez em si não é um problema. Ela pode ser considerada uma parte da personalidade da pessoa, e os adolescentes também têm o direito de ficar mais quietos e reclusos.Se os pais, entretanto, identificarem que a timidez está causando sofrimento, é preciso procurar ajuda e incentivar o(a) jovem a falar sobre seus medos. É comum que faça comparações com outros amigos mais abertos e extrovertidos e acredite que o errado seja ele(ela).Por isso, algumas atitudes dentro de casa podem auxiliar na construção de um(a) jovem mais seguro(a) de si. Confira!
Mantenha o diálogo aberto com os filhos
Manter um canal de diálogo com os filhos é o fator principal para lidar com qualquer tipo de problema. A timidez pode estar associada a outras questões, como bullying, complexos físicos e rivalidades na escola. Quando o(a) jovem encontra apoio e atenção dentro de casa, ele(ela) se sente mais confiante para compartilhar dúvidas e incertezas.
Ressalte suas qualidades
Outro fator importante é ressaltar as qualidades da criança desde pequena e empoderá-la, explicando que ela é capaz de fazer tudo o que quiser com muito esforço e empenho.Sabemos que a sociedade é cheia de vícios e padrões. Esses valores devem ser rebatidos para que a criança se sinta bem, mesmo que não seja uma reprodução fiel daquilo que socialmente é dito como o melhor. Isso inclui valorizá-la física e intelectualmente, para que ela se sinta realmente capaz quando os outros disserem que não é possível.
Evite posturas protecionistas
Os pais desejam o melhor para os filhos, mas atitudes extremamente protecionistas podem piorar a situação de timidez. Em alguns casos, a família resguarda tanto o(a) filho(a) de outras interações que ele(a) deixa de ser tímido(a) e passa a ser introspectivo(a), podendo até desenvolver fobia social.O(A) adolescente precisa, gradualmente, ser incentivado(a) pelos pais a procurar novas alternativas e situações que façam bem a ele(ela) à medida que vai construindo relações fora de casa. O(A) jovem tímido(a) não precisa se tornar o(a) aluno(a) mais popular do colégio ou ter centenas de amigos, mas, a partir do momento em que se sente parte de um grupo de pessoas e compartilha de seus interesses, já vencerá a timidez.
Não os force a fazer atividades indesejadas
A pior situação para uma pessoa tímida é se sentir exposta indevidamente e ser forçada a falar em público ou pertencer a um grupo como justificativa para superar a timidez.É comum que os pais desejem que os filhos sejam o centro da atenção, pertençam a um grupo e sejam queridos por todos. Mas, se a criança não apresentou características extrovertidas, não será na adolescência que essa capacidade será aflorada.Incentive o(a) jovem a procurar outros adolescentes que tenham os mesmos interesses e passatempos que ele(ela). Se seu(sua) filho(a) gosta muito de ler ou ver filmes de heróis, por exemplo, incentive-o(a) a buscar grupos e fóruns na internet que discutam sobre esses temas específicos. Uma coisa leva a outra, e esse pode ser o ponto de partida para o(a) jovem se soltar, interagir e propor encontros com as demais pessoas.
Incentive-o(a) a fazer coisas novas
A timidez pode ser intensificada quando o(a) adolescente não se sente pertencente a um lugar. Assim, se o(a) seu(sua) filho(a) não se sente bem entre os amigos do colégio, por exemplo, ele(a) pode descobrir novas atividades de lazer com amigos do judô ou da aula de música.Os pais podem ajudar muito nesse processo, mas a convivência com outros jovens abre a possibilidade de desenvolvimento da identidade social e ajuda o adolescente a lidar com conflitos internos e a falar sobre o que o deixa inseguro e com medo. Compartilhar esses sentimentos com pessoas que estão passando pela mesma fase pode facilitar todo o processo de superação.Além disso, é importante respeitar o espaço do(a) adolescente, mas lembrando sempre que ele(ela) precisa de limites. Assim, pode jogar videogames ou ouvir música sozinho(a) no quarto, entretanto há momentos em que precisará participar de confraternizações com a família e estar inserido na sociedade.
Estimule limites para certas atividades, como games e internet
Não é necessário proibir o(a) adolescente de se dedicar aos games e à internet. Entretanto, é fundamental estabelecer e estimular alguns limites para ambos. Como são atividades individuais, favorecem o isolamento do(a) jovem e fazem com que ele(ela) busque refúgio ali sempre que se sentir incomodado ou desconfortável.Esse momento solitário muitas vezes não é o ideal para uma boa recuperação. De fato, a internet, por exemplo, pode ser um estímulo para que ele(ela) perca a timidez ao fazer novas amizades. Mas esse relacionamento nem sempre é saudável por trás da tela de um computador, então é muito importante que seu(sua) filho(a) aprenda a transpor essa troca de experiências para a vida real.
Busque acompanhamento especializado para timidez na adolescência
Às vezes os pais e o(a) próprio(a) adolescente não conseguem quebrar todas as barreiras impostas pela timidez na adolescência. Por isso, vale a pena buscar apoio profissional para que esse desafio seja vencido da maneira correta. O acompanhamento especializado pode ajudar o(a) jovem a se sentir mais à vontade para se abrir em relação aos problemas que não se sente à vontade para partilhar em casa.Além disso, a terapia ajuda a afastar as possibilidades de que a timidez se transforme em algo mais grave, como a fobia social ou outro transtorno, como a depressão. Seu(sua) filho(a) poderá ter um tratamento mais direcionado também, até porque tem características e qualidades especiais que devem ser valorizadas e um profissional poderá trabalhá-las da maneira correta.
Converse sobre bullying
A conversa sobre bullying precisa ser feita durante a adolescência, e em casos de timidez ela é ainda mais importante. Seu(sua) filho(a) precisa saber que pode contar com você para se abrir caso esteja se sentindo atingido(a) negativamente por algum colega ou mesmo por um adulto. Sem abertura para lidar com a situação, o(a) adolescente fica acuado(a) e continua a se isolar e se distanciar do convívio social.Além disso, é indispensável que ele(ela) não se sinta intimidado(a) caso haja alguma briga ou discussão fora de casa. Do contrário, o medo, a insegurança e a tristeza reforçarão o caso de timidez. Os ataques poderão ser frequentes e a situação se agrava. Veja também se a escola proporciona orientação específica aos alunos diante desses casos e como o assunto é trabalhado por lá. A instituição deve prestar respaldo, sempre.
Ajude-o(a) a rir de si mesmo
É muito importante que o(a) adolescente saiba aceitar a timidez como uma característica e não como um empecilho para se relacionar e viver. Por isso, ajude-o(a) a rir de si mesmo(a) em situações em que ele(ela) possa não ter se saído tão bem e mostre que isso não precisa ser um sofrimento. Pelo contrário, é preciso entender essa fase como uma etapa de evolução.Com o tempo, ele(ela) começará a levar a timidez com mais leveza e descontração, ficará mais à vontade para se relacionar com as pessoas e levará algum possível tropeço com uma visão mais otimista e animadora. Esse é um grande passo para que consiga se desenvolver em situações sociais, como apresentações públicas e eventos da escola.Dessa forma, podemos concluir que a melhor opção para lidar com esse tipo de situação é propondo conversas e incentivando o(a) adolescente a encontrar um local no qual se sinta bem. Se as atitudes de timidez persistirem e piorarem, os pais precisarão buscar apoio com psicólogos para que o problema não se torne uma ansiedade ou fobia social.Gostou do nosso texto sobre timidez na adolescência? Quer saber mais sobre o bullying e como ele afeta o aprendizado da criança? Entenda agora o que é o problema e descubra o que fazer para identificá-lo![rock-convert-cta id="1519"]