Você sabe por que o storytelling na educação é tão eficaz? Esse termo significa “contação de histórias” e se refere a uma das capacidades mais antigas da nossa natureza: transmitir histórias como forma de aprendizado. É uma técnica que vai muito além do entretenimento para gerar empatia, estimular o engajamento e estabelecer uma conexão entre as pessoas.
Desde os tempos remotos, quando a língua escrita não tinha sido inventada, já contávamos histórias por meio das imagens. Hoje, temos os romances, os filmes, as séries e tantas outras formas modernas de contar história. Devido ao seu poder de atrair e prender a atenção do interlocutor, o storytelling vem sendo usado em vários segmentos.
A educação é uma das áreas que pode se beneficiar dos artifícios dessa técnica, principalmente quando falamos das aulas remotas, cujo desafio central é manter o aluno engajado na aula. Se você tem interesse nesse assunto, acompanhe a leitura para entender como o storytelling na educação pode facilitar a aprendizagem.
Como funciona o storytelling na educação?
Um dos grandes desafios dos educadores é, sem dúvidas, o de criar conexão com os alunos para conseguir se comunicar, ser ouvido e compartilhar experiências. Essa troca acontece mais facilmente quando as informações usadas pelo professor estão inseridas dentro de um contexto, ou seja, de uma narrativa relacionada à realidade do estudante.
E isso não acontece à toa. Ouvir histórias parecidas com a nossa aumenta o nível de atividades cerebrais, aguça a curiosidade e desperta a empatia. Essa conexão emocional torna o storytelling um forte aliado da educação. Além de ser um fator de humanização, as aulas se tornam mais dinâmicas, interessantes e criativas.
Se a técnica consiste na tarefa de contar uma narrativa, os professores devem fazer uso das suas características para que a técnica funcione.
Em primeiro lugar, é importante saber que toda narrativa pode ser dividida em: início, desenvolvimento, clímax, conclusão e lição moral. As etapas servem para manter o interlocutor atento e engajado na história contada, além de fazê-lo entender, no final das contas, o conhecimento por trás de tudo.
Na maioria das vezes, a narrativa apresenta o problema de um personagem principal, também chamado de herói. Ele é o elemento central da história, aquele com o qual os alunos dividem suas angústias, dúvidas e desejos, o que aumenta a chance de gerar empatia. Os estudantes se veem na pele do herói, por isso conseguem se engajar na história.
As informações técnicas do assunto são usadas de maneira contextualizada, como parte da jornada do personagem central. Termos complicados desaparecem e dão lugar aos seus usos práticos e, assim, facilitar o entendimento da matéria. Além disso, a narrativa inteira geralmente não é muito longa. Assim, os professores não precisam passar muitas aulas para chegar até a sua conclusão e cansar os alunos.
Quais são os benefícios dessa técnica?
Vale lembrar que, como todo recurso, o storytelling na educação servem para levar o foco dos estudantes ao assunto e não ao próprio ato de narrar a história. Dessa forma, ele é sempre um facilitador, uma maneira natural de trocar experiências e criar conexão. Nesse sentido, veja quais são os principais benefícios dessa técnica.
Além de engajar os jovens, tornando a aula dinâmica e divertida, o storytelling favorece a educação interdisciplinar, ou seja, a união de diferentes assuntos ou áreas de estudo. Sabendo disso, os professores podem inserir determinadas informações na história que estão ligadas a outras disciplinas ou às aulas passadas.
Nesse último caso, a função principal é reforçar as informações já vistas e usá-las para explicar o foco daquela aula. Desse modo, os alunos conseguem revisar os conteúdos e ligar as informações com facilidade.
De que maneira o storytelling pode ser usado nas aulas remotas?
Já começou a pensar em boas histórias que podem ser usadas, não é? A criação de conteúdos que melhorem a dinâmicas das aulas podem ser facilitadas com algumas dicas, como veremos a seguir.
Estrutura básica da narrativa
Você já sabe que toda narrativa precisa ter início, desenvolvimento, clímax, conclusão e lição moral. Mas podemos dividi-la de maneira ainda mais detalhada usando os seguintes princípios na hora de contar uma história:
- início — quando o herói é apresentado no seu contexto, antes de entrar no problema central da história;
- apresentação do desafio — momento no qual o desafio se apresenta;
- recusa ao chamado — quando as fraquezas do herói vêm à tona, para mostrar que talvez ele não consiga superar seu desafio;
- oferta de uma ajuda — algo ou alguém ajuda o herói a ultrapassar seus problemas e encarar o desafio;
- superação — jornada na qual ele vai superando cada uma das etapas do desafio;
- desafio final — momento em que o herói precisa superar a etapa final e mais difícil do desafio. Fraquezas de novo vêm à tona, mas agora serão superadas rapidamente;
- resolução — momento depois de vencer o desafio, mostrando qual foi a grande lição moral conquistada.
A estrutura básica do storytelling é usada em diferentes áreas do conhecimento. No ensino escolar, por exemplo, os professores podem contar exemplos em torno da educação ambiental e abordar como ocorre as etapas de contaminação, sintomas e tratamento de doenças contagiosas. Nas aulas de História, a Revolução Francesa pode ser contada do ponto de vista de um personagem histórico.
Expectativa para as próximas aulas
O início de cada princípio do storytelling cria uma expectativa no interlocutor em saber o que acontecerá em seguida. Na apresentação do desafio, por exemplo, queremos saber se o herói vai encará-lo. Essa tática pode ser usada a favor do professor, porque encerrar a aula no início de um princípio leva o aluno a se engajar na próxima aula para saber como continua a história.
Uso de diferentes mídias
Usar diferentes formatos de mídia (fotos, vídeos, sons, slides etc.) aumenta o foco da turma. Nesse requisito, as aulas remotas têm uma vantagem evidente, pois permitem o uso de tecnologias nas aulas com praticidade. Os estudantes prestam mais atenção e se recordam das aulas facilmente quando são explorados os recursos lúdicos.
Neste artigo, vimos como o storytelling na educação pode ser eficaz. Afinal, a técnica apesar de simples, prende a atenção dos estudantes. A estratégia ajuda tanto os professores, os quais podem estruturar suas aulas (remotas ou não) de uma maneira prática e criativa, quanto os alunos, que ganham com o aprendizado.
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