As crianças aprendem o tempo inteiro. Esse processo começa antes mesmo do nascimento e se acentua nos primeiros meses e anos de vida, quando cada dia traz uma nova descoberta. Vemos os pequenos progredindo na fala, no reconhecimento de objetos, nas tarefas motoras. Talvez por verem todo esse progresso, muitos pais ficam surpresos quando são notificados pela escola de que seu(sua) filho(a) apresenta uma dificuldade de aprendizagem.Apesar da preocupação que esse tipo de notícia traz, neste post vamos falar um pouco sobre como identificar possíveis dificuldades e quais são as providências que devem ser tomadas nesses casos. Sempre é importante destacar que, embora algumas dessas condições sejam permanentes, o desempenho da criança pode melhorar muito com o acompanhamento adequado.Então, reconhecer precocemente qualquer tipo de problema, buscar o diagnóstico e providenciar o tratamento apropriado são as melhores formas de estimular o desenvolvimento saudável para o(a) aluno(a) que apresenta esse tipo de dificuldade. Continue a leitura e entenda melhor o assunto!
Diagnóstico precoce: a chave para um desenvolvimento adequado
Existem dificuldades de diferentes tipos que podem interferir no desempenho escolar de uma criança. Alguns exemplos são:
- bloqueios emocionais: a criança não tem nenhum impedimento físico ou funcional, mas não consegue lidar com a situação de aprendizagem por uma série de razões de natureza psíquica e precisa de intervenção;
- transtornos funcionais: a criança apresenta problemas, como déficit de atenção (TDAH), dislexia (transtorno da leitura), discalculia (inabilidade matemática), disortografia ou disgrafia (transtornos da escrita), que dificultam a aprendizagem;
- perdas sensoriais: dificuldades de visão e audição que afetam a recepção e processamento da informação. Por falta de diagnóstico adequado, podem ser confundidas com transtornos funcionais como o TDAH.
O diagnóstico precoce e preciso é a melhor forma de solucionar qualquer um desses problemas, pois define uma linha de intervenção eficaz e evita que a criança sofra bullying devido às suas dificuldades. Erros na identificação podem levar a um tratamento equivocado e ineficiente.Os principais resultados desse equívoco são o abalo na autoestima da criança, que passa a se sentir incapaz de aprender mesmo com ajuda. Também ocorre o sentimento na família de descrença quanto ao processo terapêutico e aumento da lacuna entre o que a criança sabe e o que deveria saber em uma determinada etapa de ensino, dificultando sua recuperação.Uma criança com problemas auditivos ou com Transtorno do Processamento Auditivo Central (PAC), por exemplo, pode ser indevidamente diagnosticada como portadora do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). Nesses casos, recebe uma medicação que não se mostra efetiva em seu caso e não tem acesso ao tratamento apropriado, que é feito pelo profissional de fonoaudiologia.Portanto, a identificação correta da dificuldade de aprendizagem garante o sucesso no tratamento e, principalmente, o bem-estar da criança. A importância da família nesse processo de diagnóstico é essencial. O assunto deve ser abordado com seriedade e responsabilidade tanto pela escola quanto pelos pais, a fim de minimizar perdas e promover condições para o desenvolvimento adequado do(a) aluno(a).[rock-convert-cta id="1521"]
Dificuldades de aprendizagem: sinais para identificá-las precocemente
É importante que tanto a escola quanto os pais fiquem atentos a sinais que podem revelar possíveis dificuldades de aprendizagem. Por isso, falaremos de alguns comportamentos que indicam a necessidade de uma avaliação mais detalhada.
1. Dificuldades específicas
Algumas crianças apresentam um desempenho normal em várias áreas. A fala é compatível com a idade, a atividade motora também é adequada ao período de desenvolvimento e elas gostam das atividades escolares. No entanto, elas podem apresentar uma dificuldade específica em uma disciplina ou área, como a Matemática, desde o início do Ensino Fundamental.Nesses casos, pais e professores devem ficar atentos. Esse pode ser um indicativo de que a criança tem uma discalculia ou outro transtorno relacionado à área, pois existe uma discrepância entre o desempenho em outras matérias ou atividades.
2. Mudanças de comportamento
Algumas crianças, quando começam a enfrentar dificuldades de aprendizagem, revelam sua frustração por não atingirem os objetivos propostos por meio de mudanças no comportamento. A situação causa um conflito interno muito sério que é extravasado em atitudes inadequadas.Em alguns casos, essas crianças apresentam agressividade e inquietação em sala de aula. Outras vezes, desenvolvem uma repulsa à escola, pedem aos pais para não frequentá-la e demonstram ansiedade, tristeza, timidez excessiva diante dos colegas e até isolamento. É importante observar esses sinais e buscar ajuda rapidamente.
3. Incompatibilidade entre o nível de desenvolvimento e a faixa etária
Cada criança tem seu próprio ritmo de desenvolvimento, e o ideal é evitar comparações. Alguns andam mais cedo, outros mais tarde. O início da fala também tem suas variações. No entanto, é preciso ficar atento a possíveis discrepâncias em relação à faixa etária.Atrasos consideráveis no início da fala ou dificuldade para articular determinados sons são sinais de alerta. O mesmo vale para a criança que demora demais para aprender o nome das cores, de partes do corpo e assim por diante.O aspecto motor também revela muito sobre as dificuldades que um(a) aluno(a) pode ter, pois interfere significativamente na aprendizagem. Por isso, deve-se observar o tempo de aquisição de movimentos (engatinhar, sentar, andar, pular), bem como dificuldades para realizar atividades comuns na educação infantil, como cobrir pontinhos ou linhas, pintar, desenhar etc.
4. Manifestações típicas de dificuldades fonoaudiológicas
Quando a criança começa a escrever, é normal que ela cometa erros ortográficos. Se até os adultos ficam em dúvida se uma palavra é escrita com s ou ç, j ou g, imagine um(a) aluno(a) que está iniciando esse processo e ainda não domina completamente o código!Porém, existem outros erros que mostram que a criança tem dificuldade para discriminar sons parecidos, e esses exigem intervenção profissional. É o caso daquelas que confundem j/g com ch/x (geladeira x cheladeira), v com f (vida x fida), g com c (gato x cato), entre outros fonemas. Nesses casos, é importante procurar um especialista.
5. Lentidão e dispersão
Se a criança demora um tempo exagerado para realizar as tarefas de casa ou na escola, é importante observar melhor a situação. É válido verificar se o(a) aluno(a) está tendo esse problema porque se dispersa muito durante as atividades, porque encontra dificuldade para realizá-las ou ainda porque não consegue se organizar durante esse momento.
Avaliação multidisciplinar: garantia de diagnóstico seguro
Quando os pais ou a escola percebem esses sinais de dificuldade de aprendizagem, o ideal é buscar uma equipe multidisciplinar que realize esse tipo de avaliação. A detecção do problema pode envolver psicólogos, psicopedagogos, fonoaudiólogos e médicos.Esses profissionais têm as ferramentas necessárias para avaliar aspectos físicos e funcionais que interferem na aprendizagem e no desenvolvimento global da criança. Dessa forma, os riscos de um diagnóstico equivocado são reduzidos e o(a) aluno(a) é direcionado(a) ao tratamento mais apropriado para superar esses problemas e potencializar sua aprendizagem.Além disso, esses profissionais costumam orientar a família e a escola para que esses dois agentes fundamentais para o bem-estar da criança proporcionem o ambiente mais adequado para seu pleno desenvolvimento.Entendeu qual é a importância de identificar qualquer dificuldade de aprendizagem precocemente e como proceder para solucionar o problema? Gostou do post? Então, provavelmente você também gostará de saber como e por que estimular a leitura desde a infância. Continue aqui no blog e confira o artigo![rock-convert-cta id="1521"]