A ansiedade infantil é um distúrbio que vem acometendo cada vez mais crianças. A situação se torna um problema quando atrapalha o foco, a concentração e, consequentemente, o processo de aprendizado dos pequenos.
Pode ser difícil detectar a doença justamente porque ela apresenta diferentes sinais, como isolamento social, mudança de hábitos e fobias. Se o(a) seu(sua) filho(a) apresenta algum sintoma relacionado à ansiedade, é importante ficar atento e buscar pelo tratamento adequado antes que ele(a) tenha os estudos impactados.
Acompanhe a seguir e saiba quais são os sinais e como agir da melhor forma diante da ansiedade infantil. Confira!
O que é ansiedade infantil?
A ansiedade infantil é um estado de ansiedade ou preocupação excessiva que ocorre em crianças. Assim como os adultos, elas podem experimentar ansiedade em diversas situações, mas, quando ela se torna frequente, consegue transformar significativamente o comportamento dos pequenos.
A ansiedade na fase infantil causa uma série de sintomas, como hiperatividade, dor física, impaciência, fobias e até mesmo problemas digestivos. Ela ocorre, muitas vezes, por dificuldade de expressar sentimentos e emoções, já que o período é de constantes descobertas.
Como as crianças acabam processando mudanças de forma mais lenta que os adultos, a fase é cheia de necessidades de interpretação e adaptação. Mas vale lembrar que a ansiedade é uma condição normal — somente em alguns casos ela pode ser prejudicial, sobretudo para o desenvolvimento da criança.
Quando sentimentos de angústia, nervosismo, medo e preocupação, por exemplo, tornam-se intensos e excessivos, eles podem interferir na vida cotidiana de forma prolongada. Com isso, os pequenos podem acabar desenvolvendo um sério transtorno de ansiedade, sendo esse o momento em que os pais devem intervir e buscar por auxílio especializado para o tratamento do(a) filho(a).
Qual a importância do diagnóstico e do tratamento para a ansiedade infantil?
As crianças não estão imunes a sentimentos de ansiedade. Assim, podem enfrentar desafios emocionais que exigem atenção e intervenção adequadas. Nesse contexto, o diagnóstico e o tratamento da ansiedade infantil emergem como elementos de suma relevância para garantir o desenvolvimento saudável das crianças.
Existem alguns motivos pelos quais o diagnóstico e o tratamento da ansiedade infantil são fundamentais para a qualidade de vida e o futuro dos pequenos. São eles:
- bem-estar da criança: o tratamento apropriado da ansiedade infantil é essencial para melhorar o bem-estar emocional da criança. A ansiedade excessiva pode causar um sofrimento significativo, afetando profundamente a qualidade de vida e seu crescimento e desenvolvimento saudáveis;
- prevenção de complicações: a ansiedade infantil não tratada pode resultar em complicações no longo prazo. Crianças que não recebem ajuda adequada têm maior probabilidade de desenvolver distúrbios de ansiedade mais graves na idade adulta e outros problemas de saúde mental, como a depressão;
- melhor desempenho escolar e social: a ansiedade pode prejudicar o desempenho acadêmico da criança e sua capacidade de interagir com os outros. O tratamento ajuda a melhorar essas áreas, permitindo que ela alcance seu potencial máximo em termos de aprendizado e interações sociais;
- apoio aos pais e cuidadores: o diagnóstico e o tratamento também oferecem orientação e apoio aos pais e cuidadores da criança. Isso ajuda os adultos a compreenderem as necessidades emocionais dos filhos e a aprenderem estratégias eficazes para ajudá-los a lidar com a ansiedade;
- redução do estigma: tratar a ansiedade infantil contribui para reduzir o estigma que cerca os problemas de saúde mental em crianças. Isso promove uma maior compreensão de que a ansiedade é uma condição tratável e que os pequenos merecem apoio, compreensão e cuidados;
- melhoria na qualidade de vida familiar: o tratamento eficaz da ansiedade infantil não beneficia apenas a criança, mas toda a família. Reduzir o impacto da ansiedade infantil pode tornar o ambiente familiar mais harmonioso e menos estressante, melhorando a qualidade de vida de todos os membros da família;
- desenvolvimento de habilidades de enfrentamento: o tratamento da ansiedade infantil, geralmente, envolve o ensino de estratégias de enfrentamento saudáveis. Isso não apenas alivia os sintomas da ansiedade, mas também capacita a criança a lidar melhor com o estresse e os desafios ao longo da vida, promovendo um crescimento emocional saudável.
Quais são os principais sinais da ansiedade infantil?
Crianças pequenas geralmente apresentam mais dificuldade para exprimir o que estão sentindo e, com isso, podem acabar escondendo a ansiedade dos familiares. No entanto, há alguns sinais comuns que os pais podem identificar para saber se o(a) pequeno(a) está passando por uma crise de ansiedade.
É importante ficar atento a esses sinais para que a situação não se agrave, levando a criança a ter problemas com o seu processo de aprendizagem. Veja, a seguir, quais são os principais sintomas da ansiedade infantil.
Mudança de hábitos alimentares
A mudança de hábitos na alimentação é algo que pode comprometer seriamente o desenvolvimento do(a) pequeno(a). Caso ele(a) não queira comer nos horários adequados das refeições ou recuse os alimentos com frequência, é um sinal de que o seu corpo está desregulado e precisa de uma atenção a mais.
Isolamento social
O ato de se isolar constantemente das pessoas também é outro sinal que pode prejudicar a socialização da criança. A ansiedade deixa os pequenos nervosos e irritados, atrapalhando até mesmo conversas cotidianas com os pais, irmãos e colegas.
Distúrbios do sono
A ansiedade também causa distúrbios no sono, interferindo no horário natural de repouso do organismo. A situação pode levar à insônia e causar danos ao sistema cognitivo, psicológico e socioemocional da criança, prejudicando todo o seu aprendizado.
Pesadelos constantes
Devido à exposição frequente ao medo, nervosismo e paranoia, é comum que a ansiedade infantil cause pesadelos nos pequenos. Isso ainda pode agravar o sono e o descanso do(a) seu(sua) filho(a), gerando ainda mais problemas, como dificuldade para se expressar e conversar com as outras pessoas.
Fobias
As fobias de diversos tipos podem surgir com situações recorrentes de ansiedade. A fobia é um tipo de transtorno caracterizado pelo medo de um lugar, objeto, situação, animal, atividade, entre outros, mesmo que a circunstância em si não represente nenhum perigo.
Enxaquecas
A ansiedade infantil também desencadeia e facilita casos de enxaqueca, causando até mesmo dor de cabeça crônica. Isso porque há uma grande pressão e tensão sobre a cabeça, tornando as regiões da testa, face, pescoço, ombros e têmporas mais doloridas e incômodas.
Problemas digestivos
Mais um sinal da ansiedade infantil são os problemas digestivos, uma vez que o distúrbio altera as funções gastrointestinais por meio do sistema nervoso. Em casos mais sérios, a criança pode sofrer com úlceras, gastrites, refluxo e síndrome do intestino irritável.
Como os pais podem agir diante de uma crise de ansiedade infantil?
Lidar com uma crise de ansiedade infantil pode ser desafiador para os pais, mas é fundamental agir com calma e compreensão para apoiar a criança da melhor maneira possível. Aqui estão algumas orientações sobre como é possível agir diante de uma crise de ansiedade infantil:
- mantenha a calma: primeiramente, é importante que os pais permaneçam calmos e controlados. As crianças frequentemente modelam seu comportamento com base nas reações dos adultos ao seu redor. Se os pais estiverem ansiosos ou preocupados, a criança pode se sentir ainda mais ansiosa;
- demonstre empatia: mostre empatia e compreensão em relação aos sentimentos da criança. Dizer coisas como “eu entendo que você está se sentindo assustado/nervoso/preocupado” valida os sentimentos da criança e a ajuda a se sentir compreendida;
- ofereça apoio físico: dar um abraço ou segurar a mão da criança pode ser reconfortante durante uma crise de ansiedade. O contato físico pode transmitir segurança e carinho;
- use linguagem simples e tranquilizadora: comunique-se com a criança de maneira simples e tranquila. Evite fazer muitas perguntas ou pressioná-la a falar se ela não estiver pronta. Em vez disso, ofereça palavras de conforto e tranquilidade;
- respeite os limites da criança: se a criança não quiser falar ou interagir, respeite seus limites. Às vezes, apenas estar presente e disponível é o suficiente;
- ensine técnicas de relaxamento: dependendo da idade da criança, é possível ensinar técnicas simples de relaxamento, como a respiração profunda;
- converse depois da crise: quando a criança estiver mais calma, converse com ela sobre o que aconteceu. Pergunte como ela se sentiu e o que a deixou ansiosa. Isso pode ajudar a identificar possíveis desencadeadores de ansiedade.
Como combater a ansiedade nas crianças?
Diante dos comportamentos diferenciados que os filhos apresentam quando têm problemas de ansiedade, é comum que os pais reajam de forma inadequada e coercitiva. No entanto, sempre que qualquer um dos sintomas de ansiedade surgir, é importante demonstrar apoio e buscar ajuda especializada.
Por outro lado, os familiares devem dar valor para os sentimentos da criança e incentivá-la a praticar atividades prazerosas e relaxantes, que auxiliem a amenizar o problema. A prática de esportes, por exemplo, pode ajudar significativamente tanto o corpo quanto a mente.
É importante ter em mente que o(a) pequeno(a) não tem recursos para superar e entender a crise de ansiedade sozinho(a); por isso, é essencial buscar profissionais especializados para amenizar o quadro do(a) seu(sua) filho(a). Durante uma crise de ansiedade, pensamentos e sensações desconfortáveis podem incomodá-lo(a) e atrapalhar a sua rotina.
A forma como a família lida com a situação pode amenizar os sintomas, bem como reduzir a frequência com que as crises ocorrem. Lembre-se: os pais são os principais responsáveis pelo bem-estar do(a) pequeno(a). Por isso, é necessário que aprendam a lidar bem com o problema, de forma amena e calma.
Quando é necessário pedir ajuda profissional?
É importante buscar ajuda profissional para a ansiedade infantil quando os sintomas persistirem por semanas, mas também quando interferirem nas atividades diárias. Além disso, é preciso contar com esse apoio quando a ansiedade:
- causa sintomas físicos graves;
- leva a comportamentos de evitação extremos;
- impacta o sono;
- causa sofrimento emocional;
- afeta o desempenho escolar;
- resulta em ataques de pânico;
- envolve comportamento autolesivo ou suicida;
- provoca mudanças drásticas de personalidade.
Esses sinais indicam a necessidade de intervenção de um profissional de saúde mental especializado em crianças para avaliação, diagnóstico e tratamento adequados. Quanto mais cedo isso for feito, maior a probabilidade de ajudar a criança a superar a ansiedade e melhorar sua qualidade de vida.
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