Por Sinéder Guimarães. Professor de Língua Portuguesa, Literatura e Redação
Na rolança desses 34 anos em que aqui trabalho, o Colégio Arnaldo já transcendeu, em minha vida, tudo o que é capaz de evocar concepções meramente profissionais. Em linguagem livre, tornou-se a extensão de minha casa, o palco onde, ombro a ombro com o protagonismo profissional, vêm se encenando minhas emoções, sentimentos e alegrias – quantas alegrias!
Quando penso que leciono em um Educandário com respeitáveis 110 anos, que, portanto, conheceu ainda menina a capital das Minas Gerais, e contemplou e acompanhou o seu fabuloso progresso até ela se tornar essa admirável senhora; que acolheu em suas salas de aula próceres da literatura, das ciências e da vida pública que enobreceram esta Nação, sinto flamejar em mim o mais rutilante orgulho.
Não é para menos. O exercício da docência nesta Instituição, além, muito além de me premiar com um significativo destaque em minha carreira, sempre me conferiu honra e prestígio inigualáveis.
...E transitar com confortadora intimidade por este prédio obra de arte – sem dúvida, uma das edificações que tornam ainda mais bela a nossa Belo Horizonte, e, ainda, com a notável vantagem da excelência acadêmica, com a qual presenteia os belo-horizontinos há 110 anos – é, para mim, um privilégio de primeira grandeza.
À guisa de uma definição, ser professor do Arnaldo é viver uma aventura constante pelas veredas do mestre Guimarães Rosa, gênio imbatível da literatura brasileira; é poder ousar-se próximo de Carlos Drummond de Andrade, o poeta maior da língua portuguesa. Por certo, aqui, eles esboçaram muitas criações, hoje preciosidades de nossas letras.
Ambos foram alunos do Colégio Arnaldo, símbolo magistral da educação em Minas Gerais.
Há 110 anos.