Artigo

Estamos em casa com nossos filhos. Mas eles estão seguros?

Às vezes, e o momento atual é uma dessas vezes, algo nos impacta tanto que todo o resto fica em segundo plano. Fomos tirados de nossas rotinas muito abruptamente. Grandes mudanças, para toda a família e em vários aspectos; sem falar nas incertezas sobre o que está por vir.

Nessas circunstâncias, é natural que se estabeleça um hiperfoco “nesse tal coronavírus”. Mas, e o resto a ser cuidado? E tudo aquilo que sempre cuidamos? Corremos, sim, o risco de deixar de lado outros aspectos importantes de nossas vidas e das vidas de nossos filhos.

Esses, anteriormente estimulados a não se excederem em horas nas telinhas, agora são, num movimento inverso, cobrados a estarem diante do computador para o cumprimento das tarefas escolares. E aí, diante dessa “janela para o mundo”, muita coisa pode acontecer além dos estudos: descobertas fantásticas e positivas ou descaminhos e influências negativas.

Será que estamos atentos ao que nossos filhos estão acessando pela Internet? Será que, realmente, estão ocupando o tempo com as atividades acadêmicas? Preconceito, incentivo à violência, à desonestidade, ao consumismo, à futilidade... Tudo isso também é veiculado nas mídias e nem sempre de forma ostensiva, o que nos tira a possibilidade de uma reação educativa efetiva.

De um modo ou de outro, estar ligado ao que está sendo acessado pelos filhos é imprescindível para protegê-los de possíveis abusadores virtuais ou mesmo de influenciadores da negatividade. Então, cabe uma mudança de foco, um distanciamento do que estamos vivendo para que possamos ver nosso entorno com mais sensatez. Pais atentos resguardam os filhos do que possa ser pernicioso e potencializam as contribuições para uma boa formação dos mesmos.

Texto de Regina Gabrig, psicóloga escolar do Ensino Fundamental - Anos Iniciais

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