De maneira gradual, instituição inicia processo de implementação das mudanças do Ensino Médio; proposta é que os alunos estejam mais preparados para os novos desafios
Em 2017, durante o Governo Temer, a reforma do ensino médio, mudança que ficou conhecida como Novo Ensino Médio, foi aprovada. A homologação ocorreu em 2018 e a aprovação alterou as Diretrizes e Bases da Educação Nacional e estabeleceu mudanças na estrutura do ensino. Todas as escolas têm até 2022 para adaptar e colocar em prática de maneira gradual as novas exigências. Diante desse cenário, o Colégio Arnaldo se organizou para ofertar já a partir de 2021 o Novo Ensino Médio para os seus alunos.
Uma das mudanças, presentes no texto aprovado pelo Senado, permite que as escolas escolham como vão ocupar 40% da carga horária dos três anos do ensino médio. Sendo que 60% será composto de um conteúdo mínimo obrigatório definido pela Base Nacional Curricular Comum (BNCC). Karla Vignoli, diretora da Unidade Funcionários do Colégio, explica que a BNCC propõe a implantação do Novo Ensino Médio em três anos e que o Arnaldo iniciará o processo neste ano para que os alunos possam se adaptar às mudanças. “A opção é iniciar com a primeira série em 2021, implementar gradualmente, vivenciar esta modalidade, sem reduzir o currículo formal e garantir a mudança com tranquilidade. Entendemos que desta forma, os nossos estudantes estarão mais preparados para os novos desafios”.
A educadora ressalta ainda quais serão os benefícios para os alunos. “O estudante do ensino médio já ocupa um lugar de protagonismo, tendo voz e vez quanto aos seus interesses e afinidades. Parte do currículo é dedicado aos itinerários formativos, contemplando áreas voltadas para a investigação e práticas específicas. Esta possibilidade favorece as experiências do estudante, auxiliando na escolha da área profissional e na continuidade do ensino superior”, diz Karla Vignoli.
A diretora da Unidade Anchieta, Cléa Prado, reitera que a mudança alinha conhecimento com uma prática atual para a vida e que a implantação de forma gradual é necessária para a correção de possíveis erros durante o processo. “O Arnaldo optou por implantar já na primeira série, porque é o ensino que permite que o aluno entre nesse novo currículo sem perder as características pedagógicas do ensino médio em relação às habilidades. Ou seja, ele tem habilidade que prepara para o desenvolvimento cognitivo e pessoal, mas ele agrega quando você implanta itinerários formativos. E implantando de forma gradual, é possível ajustar a rota durante o percurso e corrigir possíveis erros”.
A implantação de itinerários formativos é uma das obrigações das instituições de ensino. As escolas devem oferecer aos alunos pelos um dos cinco itinerários: linguagens e suas tecnologias, matemáticas e suas tecnologias, ciências da natureza e suas tecnologias, ciências humanas e sociais aplicadas e formação técnica e profissional. Cléa Prado exemplifica um desses itinerários. “Na matemática, por exemplo, um dos itinerários formativos será a gestão de finanças. Gestão de finanças é pra vida e ela está diretamente ligada a várias funções e aplicabilidades da matemática. O itinerário permite unir a prática com o conhecimento e desenvolvendo habilidade para a vida”.
O Colégio Arnaldo vai trabalhar durante as três séries do ensino médio com quatro itinerários. Para defini-los, a instituição ouviu os alunos e seus familiares aplicando uma pesquisa. Com o resultado, foi possível levantar um perfil do estudante preste a ingressar no Ensino Médio e estabelecer quais serão esses itinerários. Cristiana Lamounier, coordenadora do ensino fundamental anos finais e ensino médio da Unidade Anchieta, ressalta que a mudança é uma reestruturação do ensino. “Ela tem como objetivo principal estabelecer um ensino com mais qualidade. Oferecendo aos alunos opções que melhor atendam aos seus interesses pessoais. O novo ensino médio tem uma proposta de abordar o saber de maneira mais ampla, mais integrada, e organizado por áreas de conhecimento”. Quanto ao Enem, a educadora explica que o Novo Ensino Médio fará com o aluno esteja ainda mais preparado para o Exame. “O Enem tem a proposta de uma divisão, no primeiro dia é a prova de conhecimentos gerais de acordo com a BNCC e, no segundo, o itinerário formativo escolhido pelo candidato”.
E com as alterações, o corpo docente também terá que passar por mudanças, conforme explica Cássio Lima, coordenador do ensino Fundamental II e Médio da Unidade Funcionários. “Os professores terão que adotar a interdisciplinaridade em suas aulas, bem como promover o aluno a ser o ator principal do seu próprio conhecimento. O professor com a sua experiência será um tutor que irá conduzir os seus aprendizes pelo caminho da pesquisa, da criatividade, enfim, do conhecimento. Além disso, o docente terá que estar inserido no mundo da pesquisa, da iniciação científica, para que os itinerários informativos possam ter seus objetivos alcançados. Que é promover e preparar o aluno para o mercado de trabalho com experimentos e vivências nas áreas do conhecimento. Permitir que os primeiros passos sejam dados para a área acadêmica e, principalmente, o empreendedorismo e o mercado de trabalho. Nada substitui a experimentação e sem dúvida que as nossas disciplinas eletivas ofertadas terão como finalidade esse processo”, conclui Cássio.