A comunicação empática, por vezes também chamada de "comunicação não violenta", implica interações que tenham a empatia como fundamento, buscando compreender as motivações, as necessidades e as vulnerabilidades do outro. Ou seja, há, sim, uma direta relação com a ideia de se colocar no lugar do próximo — algo que possivelmente você já ouviu e/ou leu por aí —, mas não se limita a isso.
Afinal, quando tentamos somente nos imaginar na mesma situação enfrentada por alguém, a tendência é de que busquemos uma solução para o problema, exercendo um juízo de valor de acordo com a nossa perspectiva, sem realmente colocar em prática a habilidade de escutar. Isso pode nos fazer minimizar os sentimentos alheios e invalidar a experiência vivida pelo outro.
Neste post, vamos abordar especificamente como é possível desenvolver uma comunicação empática no âmbito familiar. Quer ir a fundo no tema? Continue a leitura!
Por que a comunicação empática é tão importante e, na prática, como funciona?
Antes de elencarmos as melhores dicas para o desenvolvimento de uma comunicação empática no seio familiar, vale a pena entender como exatamente isso funciona na prática. Nesse sentido, é interessante levar em consideração que o seu conceito pode ser segmentado em três fases:
- a empatia cognitiva, que tem a ver com a capacidade de compreender o ponto de vista de outra pessoa;
- a emocional, que diz respeito à habilidade de sentir o que o outro sente;
- a preocupação empática, que se relaciona com a possibilidade de perceber que o outro está precisando de você.
Diante disso, o ideal — e esperado — é que consigamos aplicar cada uma das fases em momentos específicos a partir da percepção do papel que podemos desempenhar em diferentes situações. A sua importância reside especialmente na sua essência, que é ouvir verdadeiramente a outra pessoa, reconhecendo e respeitando os sentimentos dela e estabelecendo uma conexão emocional.
Trata-se, então, de escutar o outro sem qualquer julgamento e de ser capaz de enxergar o mundo sob a perspectiva do outro, dedicando-se inteiramente a isso. Ou seja, é importante que não estejamos preocupados em dar opiniões, seja concordando, seja discordando.
De que forma desenvolvê-la no âmbito familiar?
Compreendendo mais a fundo o conceito de comunicação empática, é possível perceber que, para desenvolvê-la no meio familiar, a chave é escutar. Assim, diferentemente do que grande parte das pessoas faz, impondo a sua fala e não abrindo espaço para o outro — o que aumenta as chances de ocorrerem conflitos e dificulta a resolução dos problemas —, é essencial colocar em prática a escuta ativa.
Inclusive, em se tratando de crianças e adolescentes, que geralmente não têm a mesma facilidade que um adulto de se expressar, o mais indicado é buscar estimulá-los ao máximo.
Muitos pais e/ou responsáveis interpretam algumas atitudes como um mau comportamento, não percebendo que tais condutas representam meios dos quais os filhos se utilizam para manifestar o que pensam e o que sentem. Por isso é tão importante tentar manter um olhar atento sobre o que pode estar por trás de determinadas ações.
1. Coloque em prática a escuta ativa
Como dito, a ideia da escuta ativa é direcionar a sua atenção ao que o interlocutor diz, e não ao que você pode responder. Nesse contexto, é importante adotar algumas medidas, como:
- não fazer interrupções desnecessárias, mantendo em mente que o princípio do conceito de escuta ativa é construir um espaço de fala respeitoso, o que torna fundamental que você contenha a sua ansiedade e espere até que o outro termine de falar para, então, pontuar o que acredita ser necessário;
- deixar quaisquer julgamentos de lado, procurando exercitar a empatia cognitiva — em vez disso, tente ao máximo sentir o que o outro está sentindo;
- evitar distrações durante o bate-papo, certificando-se de que o seu foco está plenamente voltado ao que o outro diz.
Com os filhos, por exemplo, busque aproveitar as oportunidades em que eles tomam a iniciativa de conversar sobre alguma coisa. Nessas situações, tente notar se você consegue realmente ouvir com empatia o que eles estão dizendo ou se — mesmo inconscientemente — já está se preparando para responder àquela questão.
Lembre-se de que, nesses casos, a escuta ativa implica fazer um esforço para entender a forma como a criança e/ou adolescente vê, compreende e sente. Nesse sentido, evite fazer apontamentos sobre como o jovem deveria agir e pensar. Desse modo, as chances de haver uma conexão serão maiores.
2. Identifique as necessidades do outro
Ao ouvir o que a pessoa relata sentir, é importante que você tente compreender do que ela precisa. Em se tratando da expressão de sentimentos, às vezes, escutá-la e abraçá-la já é o tipo de acolhimento que ela busca.
A partir do momento que entendemos que temos uma tendência a não escutar como deveríamos, começamos a tomar consciência da necessidade de evitar velhos hábitos, como o de opinar sobre tudo sem parar para ouvir antes e entender o que é dito. Essa mudança de postura nos coloca lado a lado dos filhos — e não mais em uma "posição oposta".
3. Use um tom de voz adequado
Lembre-se de que o tom de voz pode revelar mais as suas emoções do que as palavras escolhidas, já que, por meio dele, é possível transmitir tranquilidade e paciência, por exemplo, ou raiva e inquietação. Logo, o mais indicado é que, durante uma conversa, você esteja tão atento a esse ponto quanto está às suas manifestações verbais.
4. Organize as suas respostas de modo objetivo e claro
É recomendável levar em conta que uma comunicação empática tem dois lados: escutar e falar. Assim, além de usar o tom de voz adequado, demonstrando empatia e compreensão, opte por uma maneira de falar que seja suficientemente clara e objetiva.
Inclusive, outra boa prática — quando cabível — é fazer perguntas, demonstrando interesse naquilo que o outro tem a dizer e se certificando de que não existem ruídos que possam comprometer a fluidez do diálogo. Assim, você poderá captar todas as informações essenciais para entender o que o seu familiar está expressando em amplas dimensões.
Como se pôde ver, a comunicação empática vem se revelando um pilar dos relacionamentos humanos de forma geral, e o núcleo familiar é o principal. Logo, para manter uma convivência harmoniosa e uma boa conexão com aqueles que amamos, é indispensável que busquemos driblar os desafios e nos doar ao máximo para que os sentimentos, as percepções e as emoções alheias sejam adequadamente considerados e respeitados, tornando os diálogos muito mais produtivos.
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